O gênero Legionella inclui aproximadamente 90 espécies, das quais mais de 20 espécies são reconhecidas como patogênicas em humanos. A espécie mais frequentemente detectada é a L. pneumophila sorogupo 1, representando cerca de 90% de todas as infecções causadas por Legionella spp. O restante dos casos têm como agente etiológico a L. pneumophila sorogrupos 4 e 6, bem como outras espécies, como L. micdadei, L. bozemanae, L. longbeachae e L. dumoffii.
As bactérias do gênero Legionella podem causar duas formas clássicas de apresentação clínica: a doença dos legionários (DL) e a febre de Pontiac; esta última caracterizada por um quadro agudo com resolução espontânea, semelhante ao observado nos quadros de gripe, porém sem acometimento pulmonar. Já a DL é caracterizada sobretudo por pneumonia grave, comunitária ou hospitalar, acompanhada de febre alta, tosse seca ou produtiva, alterações do estado mental, diarreia, náusea, vômitos e dor abdominal. Outras manifestações incluem miocardite, insuficiência renal e pancreatite. Em pacientes imunodeprimidos, por haver a formação de abscessos.
Uma característica marcante do gênero está em sua dependência de cisteína, além de sua multiplicação apenas em pHs baixos (de 6,7 a 6,9), o que torna necessária a utilização de meios específicos para o diagnóstico microbiológico, distintos daqueles disponíveis na rotina.
Assim, dentre os testes disponíveis para o diagnóstico, estão a imunofluorescência direta (IFD), a pesquisa do antígeno na urina e a pesquisa molecular por PCR. O diagnóstico sorológico usualmente requer a análise de amostras pareadas.
A IFD é realizada em amostras do trato respiratório e tem, como principal limitação, a baixa sensibilidade (25-70%). A pesquisa do antígeno urinário, na maioria dos ensaios, é específica para Legionella pneumophila sorogrupo 1 e apresenta sensibilidade média de 80%.
Esse teste realiza a pesquisa molecular através da metodologia real time PCR (qPCR) sendo altamente sensível (limite de detecção: 300 UFC/mL) e específico (especifidade: 100%) e possibilita o diagnóstico rápido dos diversos sorogrupos da espécie Legionella pneumoniae, além de diferenciar, para fins epidemiológicos, a presença de L. pneumophila sorogrupo 1.
A metodologia utilizada no teste detecta exclusivamente a espécie L. pneumophila, razão pela qual um resultado negativo não exclui o diagnóstico de doença por outro agente do gênero.
Material:
Diversos (Lavado broncoalveolar, Minilavado broncoalveolar, Secreção ou aspirado traqueal, Escarro)
Instruções:
Jejum não necessário.
Exame realizado somente na matriz.
Não coletamos secreção nem lavado pois se trata de procedimento médico.